Os analistas da EIU escrevem ainda que a continuada crise das chamadas dívidas ocultas não irá impedir a concessão de novo aval do Estado, desta feita para garantir a participação daquela empresa pública nos projectos da bacia do Rovuma.
Os avais do Estado concedidos pelo anterior governo do Presidente Armando Emílio Guebuza a dois empréstimos por parte de duas empresas públicas – Mozambique Assett Management e ProIndicus – foram emitidos à margem da legislação.
A ENH tem uma participação de 15% no bloco Área 1, liderado pelo grupo Anadarko Petroleum, sendo que a sua participação no financiamento do projecto está estimada em 2000 milhões de dólares, que a empresa pretende angariar nos mercados internacionais.
A EIU escreve no seu mais recente relatório sobre Moçambique que o projecto é seguro em termos financeiros, apoiado por empresas petrolíferas credíveis, é transparente e foi aprovado pela Assembleia da República.
Neste momento, alguns dados indicam que, a evolução económica do país está dependente do início da exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, prevendo a EIU que a economia irá “continuar a arrastar-se” em 2019 com uma taxa de crescimento de 3,7%, antes de começar a acelerar a partir de 2020, com 4,9%, até atingir 7,5% em 2023, ano em que está previsto o início das operações.
As exportações terão tendência a registar uma quebra ligeira em 2019, uma vez que os preços internacionais dos dois grandes produtos que constituem a maior parte das exportações de país, alumínio e carvão, deverão reduzir-se.
A taxa de inflação, por seu turno, terá tendência a agravar-se ligeiramente, com valores máximo e mínimo de 3,9% em 2020 e máximo de 5,7% em 2022 e 2023, devido, segundo a EIU, à depreciação da moeda face às principais divisas.