O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve, nesta terça-feira (09), a sua estimativa para o crescimento económico de Moçambique em 4%, ainda sem reflectir o impacto macroeconómico do Ciclone IDAI e das cheias que ainda se fazem sentir no Centro do país.
Em Outubro, o Fundo Monetário Internacional previra que o nosso país iria crescer 3,5% em 2018, 4% em 2019 e já a contar com o início dos projectos de gás natural apontava o Produto Interno Bruto (PIB) em 11,1% em 2023. Neste relatório, intitulado “abrandamento de crescimento e recuperação precária”, a instituição financeira mantém os 4 por cento de crescimento do PIB para 2019, muito abaixo das projecções optimistas do Governo que esperavam 5,3%.
Ricardo Velloso, chefe da Missão que visitou Moçambique e pôde presenciar o impacto do ciclone de categoria 4 e das cheias no Centro, considerou ser “cedo para se avaliar os efeitos macroeconómicos” dessas calamidades naturais, mas não tinha dúvidas que iria afectar o crescimento económico de 2019.
As novas previsões do FMI indicam que em 2020, 2021 e 2022 o PIB moçambicano ficará em torno dos 4% e só em 2023 poderá voltar a crescer para 9,4%, e no ano seguinte ascenderá aos 11,6%, contando com a entrada em funcionamento da fábrica flutuante de gás natural liquefeito que irá operar na Área 4 da Bacia do Rovuma em 2022 e com o início da produção na Área 1 em 2023.
Entretanto o FMI cortou a sua estimativa para o crescimento económico global em 2019 e alertou que a expansão pode desacelerar ainda mais devido às tensões sobre comércio e a uma saída potencialmente desordenada do Reino Unido da União Europeia.
Naquela que é a terceira redução desde Outubro, o Fundo disse que algumas das principais economias, incluindo China e Alemanha, podem precisar de adoptar acções no curto prazo para impulsionar o crescimento.
O FMI disse que ainda espera que uma forte desaceleração na Europa e em alguns mercados emergentes dê espaço a uma retomada da aceleração de forma geral no segundo semestre de 2019.
A economia global deve crescer 3,3 por cento este ano, a expansão mais lenta desde 2016. A taxa de crescimento estimada para 2020 permaneceu em 3,6%.